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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

As fotonovelas

Fotonovela 
Segundo o dicionário o termo fotonovela significa ' "História romanesca apresentada sob a forma de fotos acompanhadas de textos integrados às imagens" . Ou seja uma história contada em formato de filme ou melhor em formato de cinema com uma diferença básica apenas alguns frames da narrativa são destacados, e por serem impressos estes frames não contem som, para resolver este problema são colocados pequenos balãozinho para que sejam feitos os diálogos. 
Surgida na Itália pós primeira guerra mundial, as foto novelas como disse no paragrafo anterior vieram do cinema, como nos explica melhor SAMPAIO,2008: 

A fotonovela nasceu na Itália do pós-guerra, como subproduto do cinema:  
as primeiras publicações nesse formato (fotos e legendas mostrando as falas dos  
personagens) foram cartazes de filmes. Os estúdios usavam fotogramas cortados  
na  edição  dos  filmes  para  montar  seus  cartazes  e  anúncios  publicitários,  que  
traziam  como  que  um  pequeno  resumo  do  filme.  Por  isso,  em  fotonovelas  das  
décadas de 1950 e 1960, não é raro reconhecer o rosto de estrelas do cinema  
europeu, principalmente o italiano. (SAMPAIO, Isabel Silva, 2008, p. 10) 


As fotonovelas chegaram ao brasil na década de quarenta mas só veio a fazer o sucesso conhecido cerca de trinta anos depois na década de setenta em meio a ditadura militar a propósito,  como destaca SAMPAIO,2008: 
No segundo semestre de 1970, as revistas que publicavam fotonovelas no  
Brasil ocupavam o segundo lugar em tiragem e circulação, perdendo apenas para  
as  revistas  em  quadrinhos  infantis:  Capricho,  da  Editora  Abril,  tinha  uma  
circulação  média  quinzenal  de  211.400  exemplares,  enquanto  Tio  Patinhas,  
Mickey  e  Pato  Donald,  publicados  pela  mesma  editora,  tinham  uma  circulação  
média  periódica  de  cerca  de  400  mil  exemplares.  Mas se  forem  somadas  as  
tiragens  de  todas  as  revistas  de  fotonovela  da  época,  as  cifras  mensais  
ultrapassam um milhão de exemplares. (SAMPAIO, Isabel Silva, 2008, p. 10) 

SAMPAIO ainda nos diz que: "Apesar  de  toda  essa  presença  na cena  editorial  brasileira, a  fotonovela nunca foi considerada uma leitura séria (embora fosse, obviamente, um negócio muito sério para as  empresas  produtoras  das  revistas)."Ou seja ela era apenas mais uma com o papel de entreter as multidões. 
Foto novela como gênero CEIA nos diz que : 
"A articulação narrativa da fotonovela é semelhante à da banda desenhada: um fotograma que apresenta um plano da acção acompanhado do texto verbal que reproduz o discurso das personagens, funcionando também como legenda ou resumo. O encadeamento da acção é lógico e cronológico, utilizando-se muitas vezes o recurso à elipse. A acção é, muitas das vezes, arrastada ao longo de vários números de uma revista o que aproxima a fotonovela do romance-folhetim do séc. XIX e do folhetim radiofónico. O narrador desempenha um papel importante na fotonovela uma vez que, para além de elucidar o leitor sobre a acção, enuncia também juízos de valor, ilações de teor moral, justificações sobre o comportamento das personagens e controla a acção, retardando-a e alongando-a. A linguagem utilizada nas fotonovelas é, normalmente redundante e expositiva para evitar a possibilidade de dúvidas ou conflito. Relativamente à fotografia nem sempre as fotonovelas possuem grande qualidade uma vez que a preocupação do consumo rápido e imediato das revistas e a preocupação do lucro fácil sobrepõem-se a uma maior noção artística. Os planos e os enquadramentos utilizados nas fotografias são quase sempre retirados do cinema."( CEIA, Carlos,2014) 

Apesar de não ser considerada uma leitura séria as fotonovelas ficou cerca de 25 anos nas bancas brasileiras, levando histórias que emocionavam muitos leitores e leitoras principalmente(a grande maioria das histórias contadas em fotonovelas eram romances, por isto seu maior número de leitores eram as mulheres). 
Dentre as principais revistas femininas se destacavam as denominadas “Capricho” (ilustração 1), “Sétimo Céu” (ilustração 2) 
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Ambas com romances que deixavam as  mulheres da épocas loucas querendo saber o próximo capitulo das estórias. Da para  concluir assim que é da cultura do povo brasileiro ler  assistir e ouvir novelas. 
A queda das fotonovelas se deu em meados da década de oitenta como nos diz BALDASSO:  

Em 1980, ainda circulavam exemplares de fotonovelas, mas com a ascensão da televisão e outras manifestações de massa, cada vez mais diversificadas, começa o declínio dessas revistas, deixando de ser o centro das atenções do público leitor. Embora a revista “TV sucesso” da editora Bloch, tenha criado a “fatonovela”, baseada em fatos reais, revistas como a “Cartaz” da Editora Rio Gráfica, “Amiga”, da Bloch, e “Intervalo” da Abril, passaram a tratar de sua sucessora, a telenovela.( BALDASSO, Vagner, 2010) 

Mesmo não sendo muito conhecida pela geração atual as fotonovelas fazem parte da cultura e história brasileira, que se destaca hoje no mundo por suas novelas, que evoluíram primeiramente através do rádio, passando para os folhetins e logo depois para a televisão. 

Referencias bibliográficas 
BALDASSO, Vagner, AS FOTONOVELAS: Uma história de ascensão e queda.2010. 7f. Dissertação, Histórico que faz parte da Monografia do Curso de Artes Visuais - UPF

CEIA, Carlos . E-DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS.  
Acesso em: 20 ago. 2014.  

SAMPAIOIsabel Silva, PARA UMA MEMÓRIA DA LEITURA: A fotonovelas e seus leitores. 2008. 287f. Dissertação (Tese Doutorado)(Educação), Universidade estadual de Campinas Faculdade de educação, Campinas 2008. 
Termo fotonovela 
Disponível em: 
Acesso em 22/09/14  

domingo, 21 de setembro de 2014

O Obejto de pesquisa- Ditadura Militar - Censura no Jornal impresso

CENSURA NO JORNAL IMPRESSO 

A censura brasileira foi muito forte durante a ditadura, porem nem sempre foi forte como no diz SOARES8: 
A Censura não atuou de maneira uniforme durante os 21 anos da ditadura. Houve períodos de maior e de menor intensidade. Ela seguiu o mesmo padrão de outros indicadores do grau de autoritarismo das diversas administrações: foi atuante no período imediatamente seguinte ao golpe de 1964; posteriormente, houve flutuações, observando-se ondas que, possivelmente, indicam períodos de maior influência no governo militar, de grupos e pessoas com vocação autoritária. A expansão mais acelerada da ação da Censura teve lugar durante o período mais negro por que o País passou: desde o AI-5, em dezembro de 1968, no governo Costa e Silva, até o fim do governo Garrastazu Médici. (SOARES, Glaucio Ary Dyllon) 

Escolhemos a censura no Jornal impresso como objeto de estudo porque "está relacionada ao fato de que no século XX os órgãos de comunicação tornaram-se também órgãos de poder. Para além de serem empresas privadas, os interesses desses órgãos não são estritamente financeiros: procuram representar valores ou interesses de setores da sociedade." (CHAMMAS, 2012, p. 14) 

O período entre a edição do AI-5 e a posse de Garrastazu Médici, bem como os anos de seu governo, foram dos mais repressivos da história política recente do Brasil, quando boa parte das medidas de exceção foi imposta ao povo brasileiro por um grupo de celerados fardados. (SOARES, Glaucio Ary Dyllon) 

A mídia escrita, em especial, os jornais possuem um papel de transmissão da informação ao mesmo tempo em que forma uma ideologia, "pois têm como princípios a objetividade e a ideia de representação do real, mas se utilizam desses mecanismos que lhes garantem confiabilidade e legitimidade para representar o real à luz dos seus interesses" (CHAMMAS, 2012, p. 15). 

A falsa ideia da imparcialidade dos jornais escritos está diretamente relacionada ao entendimento do jornal impresso ser a "expressão da opinião pública" (CHAMMAS, 2012, p. 15), construindo, assim, uma ideologia da expressão dos interesses públicos em prol da verdade. Os jornais  " reafirmam  a todo o momento sua imparcialidade e o fato de serem porta-vozes dos interesses do povo (ou de falarem em nome da opinião pública)" (CHAMMAS, 2012, p. 15). Sendo este mecanismo utilizado pelos meios de comunicação para legitimar o papel de transmissor da verdade e da opinião universal. 

SOARES ainda nos diz que 

A censura foi, principalmente, um instrumento de proteção autoritária do próprio Estado. Ela procurou esconder o autoritarismo de forma autoritária, assim como as resistências a ele. Durante a ditadura de Garrastazu Médici, mais de 80% do conteúdo das mensagens foram classificadas na categoria de "defesa do Estado autoritário": proibição da divulgação de notícias sobre a repressão, inclusive torturas, prisões, estouro de aparelhos, cassações, notícias sobre a própria censura, sobre a organização da comunidade de segurança, sobre as dissenções no interior do Estado, particularmente as militares, assim como sobre a oposição ao Estado autoritário, fosse ela violenta ou não. . (SOARES, Glaucio Ary Dyllon) 


Segundo Chamma (2012) houve a solidificação da censura da mídia no Brasil, a partir de 1968.  

Na medida em que setores do campo liberal se aproximam ou se afastam dos militares, essa relação e esse conflito de interesses aparecem na grande imprensa. Nesse sentido, a morte lenta do Correio da Manhã a partir de 1968 é um evento significativo, pois dá mostras das opções feitas pela ditadura acerca dos órgãos da imprensa escrita que poderiam continuar a circular, além de revelar parte das tensões existentes entre os militares, a imprensa e os liberais. (CHAMMA, 2012, p.16) 




Um dos marcos da ditadura foi a censura imposta pelo regime de exceção como afirma Aquino (1999). 

Em um primeiro momento, entre 1968 e 1975, a censura assume um caráter amplo, agindo indistintamente sobre todos os periódicos. De 1968 e 1972 tem-se uma fase inicial em que há uma estruturação da censura, do ponto de vista legal e profissional, e em que o procedimento praticamente se restringe a telefonemas e bilhetes enviados às redações. Na segunda fase (de 1972 a 1975) há uma radicalização da atuação censória, com a institucionalização da censura prévia aos órgãos de divulgação que oferecem resistência. Observa-se que em parte desse período o regime político recrudesce em termos repressivos, momento em que o controle do Executivo pertence aos militares identificados com a ‘linha-dura’. O ano de 1972 marca a radicalização e a instauração da censura prévia, e coincide com a discussão da sucessão presidencial que levará à escolha do general Ernesto Geisel, oriundo da ala militar da ‘Sobornne e que terá uma grande dificuldade de aceitação por parte dos militares da ‘linha-dura’. Estes prosseguirão controlando altos cargos (por exemplo, o Comando do II Exército em São Paulo), durante algum tempo. Entre 1975 e 1978, observa-se que a censura passa a ser mais restritiva e seletiva: lentamente vai se retirando dos órgãos de divulgação, bem como diminuem de intensidade as ordens telefônicas e os bilhetes ás redações. (AQUINO, 1999, p.212) 


Não temos ideia de quanto foi a censura brasileira como aponta SOARES “A escassez de informações a respeito da censura deixa no ar uma série de questões. Uma delas refere-se a sua extensão, a quanto era censurado. A resposta, mais uma vez, tem de ser matizada, porque a extensão variou de período para período e de um jornal (ou revista) para outro. 

Por estes motivos e tantos outros achamos o tema bacana para se fazer uma Fotonovela, é até engraçado quando vemos na televisão algumas pessoas pedindo a volta da ditadura, provando sua ignorância a um assunto tão delicado e tão importante de nossa história.



 REFERÊNCIAS  

AQUINO, Maria Aparecida de. CENSURA IMPRENSA E ESTADO AUTORITÁRIO (1968-1978): o exercício cotidiano da dominação e da resistência: O Estado de São Paulo e Movimento. Bauru: EDUSC, 1999. 

  


CHAMMAS, Eduardo Zayat. A DITADURA MILITAR E A GRANDE IMPRENSA: os editoriais do Jornal do Brasil e do Correio da Manhã entre 1964 e 1968. 2012. 112 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 012. 




SOARES, Glaucio Ary DillonCENSURA DURANTE O REGIME AUTORITÁRIO 
Disponível em:  http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_10/rbcs10_02.html 
Acesso em 07 de novembro de 14