Fotonovela
Segundo o dicionário o termo fotonovela significa ' "História romanesca apresentada sob a forma de fotos acompanhadas de textos integrados às imagens" . Ou seja uma história contada em formato de filme ou melhor em formato de cinema com uma diferença básica apenas alguns frames da narrativa são destacados, e por serem impressos estes frames não contem som, para resolver este problema são colocados pequenos balãozinho para que sejam feitos os diálogos.
Surgida na Itália pós primeira guerra mundial, as foto novelas como disse no paragrafo anterior vieram do cinema, como nos explica melhor SAMPAIO,2008:
A fotonovela nasceu na Itália do pós-guerra, como subproduto do cinema:
as primeiras publicações nesse formato (fotos e legendas mostrando as falas dos
personagens) foram cartazes de filmes. Os estúdios usavam fotogramas cortados
na edição dos filmes para montar seus cartazes e anúncios publicitários, que
traziam como que um pequeno resumo do filme. Por isso, em fotonovelas das
décadas de 1950 e 1960, não é raro reconhecer o rosto de estrelas do cinema
europeu, principalmente o italiano. (SAMPAIO, Isabel Silva, 2008, p. 10)
As fotonovelas chegaram ao brasil na década de quarenta mas só veio a fazer o sucesso conhecido cerca de trinta anos depois na década de setenta em meio a ditadura militar a propósito, como destaca SAMPAIO,2008:
No segundo semestre de 1970, as revistas que publicavam fotonovelas no
Brasil ocupavam o segundo lugar em tiragem e circulação, perdendo apenas para
as revistas em quadrinhos infantis: Capricho, da Editora Abril, tinha uma
circulação média quinzenal de 211.400 exemplares, enquanto Tio Patinhas,
Mickey e Pato Donald, publicados pela mesma editora, tinham uma circulação
média periódica de cerca de 400 mil exemplares. Mas se forem somadas as
tiragens de todas as revistas de fotonovela da época, as cifras mensais
ultrapassam um milhão de exemplares. (SAMPAIO, Isabel Silva, 2008, p. 10)
SAMPAIO ainda nos diz que: "Apesar de toda essa presença na cena editorial brasileira, a fotonovela nunca foi considerada uma leitura séria (embora fosse, obviamente, um negócio muito sério para as empresas produtoras das revistas)."Ou seja ela era apenas mais uma com o papel de entreter as multidões.
Foto novela como gênero CEIA nos diz que :
"A articulação narrativa da fotonovela é semelhante à da banda desenhada: um fotograma que apresenta um plano da acção acompanhado do texto verbal que reproduz o discurso das personagens, funcionando também como legenda ou resumo. O encadeamento da acção é lógico e cronológico, utilizando-se muitas vezes o recurso à elipse. A acção é, muitas das vezes, arrastada ao longo de vários números de uma revista o que aproxima a fotonovela do romance-folhetim do séc. XIX e do folhetim radiofónico. O narrador desempenha um papel importante na fotonovela uma vez que, para além de elucidar o leitor sobre a acção, enuncia também juízos de valor, ilações de teor moral, justificações sobre o comportamento das personagens e controla a acção, retardando-a e alongando-a. A linguagem utilizada nas fotonovelas é, normalmente redundante e expositiva para evitar a possibilidade de dúvidas ou conflito. Relativamente à fotografia nem sempre as fotonovelas possuem grande qualidade uma vez que a preocupação do consumo rápido e imediato das revistas e a preocupação do lucro fácil sobrepõem-se a uma maior noção artística. Os planos e os enquadramentos utilizados nas fotografias são quase sempre retirados do cinema."( CEIA, Carlos,2014)
Apesar de não ser considerada uma leitura séria as fotonovelas ficou cerca de 25 anos nas bancas brasileiras, levando histórias que emocionavam muitos leitores e leitoras principalmente(a grande maioria das histórias contadas em fotonovelas eram romances, por isto seu maior número de leitores eram as mulheres).
Dentre as principais revistas femininas se destacavam as denominadas “Capricho” (ilustração 1), “Sétimo Céu” (ilustração 2)
Ambas com romances que deixavam as mulheres da épocas loucas querendo saber o próximo capitulo das estórias. Da para concluir assim que é da cultura do povo brasileiro ler assistir e ouvir novelas.
A queda das fotonovelas se deu em meados da década de oitenta como nos diz BALDASSO:
Em 1980, ainda circulavam exemplares de fotonovelas, mas com a ascensão da televisão e outras manifestações de massa, cada vez mais diversificadas, começa o declínio dessas revistas, deixando de ser o centro das atenções do público leitor. Embora a revista “TV sucesso” da editora Bloch, tenha criado a “fatonovela”, baseada em fatos reais, revistas como a “Cartaz” da Editora Rio Gráfica, “Amiga”, da Bloch, e “Intervalo” da Abril, passaram a tratar de sua sucessora, a telenovela.( BALDASSO, Vagner, 2010)
Mesmo não sendo muito conhecida pela geração atual as fotonovelas fazem parte da cultura e história brasileira, que se destaca hoje no mundo por suas novelas, que evoluíram primeiramente através do rádio, passando para os folhetins e logo depois para a televisão.
Referencias bibliográficas
BALDASSO, Vagner, AS FOTONOVELAS: Uma história de ascensão e queda.2010. 7f. Dissertação, Histórico que faz parte da Monografia do Curso de Artes Visuais - UPF
CEIA, Carlos . E-DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS.
Acesso em: 20 ago. 2014.
SAMPAIO, Isabel Silva, PARA UMA MEMÓRIA DA LEITURA: A fotonovelas e seus leitores. 2008. 287f. Dissertação (Tese Doutorado)(Educação), Universidade estadual de Campinas Faculdade de educação, Campinas 2008.
Termo fotonovela
Disponível em:
Acesso em 22/09/14
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